Sementinha Kids

HISTÓRIAS EVANGELÍSTICAS EMOCIONANTES PARA COLECIONAR!

a pacificadora

FIGURA 1

A situação ficava mais preocupante a cada dia. Lentamente, mas sem pausa, a rivalidade entre as meninas e os meninos da quinta série crescia. Professores e autoridades da escola elaboraram diversas estratégias para evitar os constantes ataques e agressões entre eles, mas o esforço não surtiu efeito algum. Deboches, xingamentos, empurrões, brigas e acusações faziam parte da rotina diária daquela série.  Compartilhavam a mesma sala de aula e pátio, mas não havia qualquer comunicação entre eles.

Num clube próximo, as crianças da escola faziam educação física. O clube contava com quadras de tênis, futebol, vôlei, basquete, vestuários, salão de esportes coberto, e muitas árvores. Um lugar muito agradável. Excelente para as aulas.

Nas terças e quintas- feiras, eles se encontravam no clube. O grupo era dividido: meninas e meninos faziam educação física separados, com seus respectivos professores. As probabilidades de haver problemas entre eles eram quase nulas.

Mas, naquele dia, as probabilidades falharam e o conflito apareceu. Enquanto as meninas jogavam handebol, três meninos pediram licença para ir ao banheiro.  Assim, eles saíram para o vestiário, mas em lugar de irem ao banheiro masculino, entraram no vestiário das meninas, sem serem vistos. Pegaram as mochilas delas, amarraram umas nas outras. Pegaram suas roupas e outros pertences e os amarraram também. Rapidamente, foram até as árvores que estavam na frente do vestiário e subiram, pendurando todos os pertences das meninas em seus galhos.  Parecia uma árvore de natal! Havia mochilas e outros objetos de todas as cores e tamanhos: tamanhos: roupas coloridas e até alguns calçados com brilhos, peles, desenhos de princesas.  Tinham feito tudo muito rapidamente, ninguém percebera nada.

Quando as aulas terminaram, ambos os grupos se dirigiram ao vestiário e…  que surpresa! Um coral de vozes femininas se ouvia de longe: “Ahhh! A minha mochila!”

Diante das fisionomias surpresas das meninas, os rapazes não paravam de rir. Ao ouvir tanto barulho, os professores foram rapidamente ao lugar e ao ver aquilo exclamaram: Mas o que vocês aprontaram desta vez?

Imediatamente, um professor subiu na árvore e trouxe abaixo, um a um, os pertences das meninas. Logo, ordenou aos meninos que desamarrassem mochilas e roupas e as entregassem às meninas. Eles obedeceram com um sorriso cúmplice de satisfação nos lábios.

FIGURA 2

No dia seguinte, as meninas, com os ânimos exaltados, fizeram uma reunião secreta. Muito bravas disseram:

– A hora da vingança chegou!

– Já chega de sermos ridicularizadas!

– Aqueles molengas vão ver com quem se meteram! – exclamou uma menina furiosa.

– Tenho uma idéia! O que vocês acham se levarmos, na próxima aula de educação física, um papel com deboche ou insulto e, no vestiário, depois que os meninos trocarem os tênis pelas chuteiras, colocarmos os papeizinhos dentro dos tênis?

– Boa idéia!

No meio de tanta vingança e raiva, ouve-se uma pequena voz:

– Se fizermos isso, os meninos continuarão nos atacando. Além disso, também, sofreremos as conseqüências. Os professores podem chamar nossos pais, nos disciplinar ou suspender na escola. Vocês sabiam que os meninos foram suspensos dois dias? Temos que acabar com essas diferenças. A vingança é uma tolice. Porque não conseguimos estudar em paz e harmonia? Vamos desfrutar e brincar em lugar de ficar com ódio e vingança.

A voz era da pequena Camila, uma valente filha de Deus. Ela já tinha recebido Jesus em seu coração e tinha crido que ele era o autor da paz. Ela sabia que o Senhor tinha ensinado que não devíamos devolver mal por mal. Muito pelo contrário: devíamos dar uma resposta de paz e amor perante as ofensas.

As meninas olharam-na como se ela fosse um bicho estranho. E continuaram com o seu plano de vingança.

FIGURA 3

Camila ficou muito triste por estar no meio de tanto rancor e vingança, por isso começou a orar ao Senhor, pedindo ajuda para ser instrumento de paz e amizade entre seus colegas de sala. À tarde, orando em sua casa, sentiu no coração a direção do Senhor, de como agir naquela situação.

– Já sei o que vou fazer! Muito obrigada, Senhor!

FIGURA 4

No outro dia, no clube, todas as meninas foram preparadas para a “grande vingança”, como elas diziam, levando os papeizinhos nos bolsos.

– Você também trouxe o seu, Camila, não trouxe?

– Com certeza. Está no meu bolso como combinamos.

Tudo estava preparado, somente esperavam a hora em que os meninos trocariam os tênis pelas chuteiras.  O professor mandou os meninos trocarem de roupa e a professora das meninas as chamou para a sua atividade. Quando os meninos correram para a quadra, algumas meninas ficaram para trás e, com discrição, colocaram os papeizinhos dentro dos tênis, cheios de deboches e xingamentos. Logo, voltaram correndo para onde estava a professora, que nada tinha percebido. No meio da aula, Camila pediu licença para ir ao banheiro e foi então que levou a cabo o seu plano de pacificadora.

FIGURA 5

Correu ao vestiário dos meninos, tirou os papéis que as meninas puseram nos tênis dos rapazes e colocou outros com os seguintes dizeres:

“Perdão pelas brigas. Podemos ser amigos?”

Quando a aula terminou, os meninos foram trocar novamente de roupa e, naquele momento, foram surpreendidos. Vários deles exclamaram em alta voz:

– Olhem o que as meninas fizeram!

Os professores correram, esperando com certeza se tratar de outro trote ou briga. Enquanto isso, as meninas caminhavam lentamente:  sabiam que nada de bom lhes esperava. Somente as duras conseqüências.

Ao chegarem à porta do vestiário, todos estavam mudos. Professores, meninos e meninas contemplando os tênis com os papeizinhos “Perdão pelas brigas. Podemos ser amigos?” saindo entre os cadarços. O professor rompeu o silêncio com uma alegre e aliviada exclamação.

– Mas que bom! Já era hora de as coisas mudarem e serem como de fato deveriam ser: meninos e meninas educados e gentis. Parabéns!  Meninos, o que vocês respondem às meninas? – disse o professor encarando os rapazes que ainda estavam sem saber o que dizer.

Um deles rompeu o silêncio e disse:

– Meninas,  aceitamos suas desculpas e queremos pedir desculpas pelo que temos feito. Também queremos ser amigos.

Depois disso, os meninos em completo silêncio foram trocar de roupa.  As meninas também foram para seu vestiário. Nesse momento, todos os olhares caíram sobre Camila.

– Foi você que trocou os papeizinhos? Não é verdade? – disse uma das coleguinhas.

– Sim fui eu. Reconheceu Camila, esperando uma bronca delas.

– Muito obrigada, Camila. – disse outra, para surpresa da garota.

– Se você não tivesse feito essa troca de papéis, estaríamos em sérios problemas, agora.

– Além disso, você viu o rosto dos meninos? Não sabiam o que fazer – disse rindo outra garota. Gostei muito de devolver o mal com o bem, como você sempre diz.

FIGURA 6

– Venha aqui, temos um apelido legal pra você: A PACIFICADORA!

Nesse momento, as meninas deram um abraço apertado em Camila e, alegremente, foram embora.

Depois daquela atitude de Camila, a quinta série nunca mais foi a mesma. Agora, todos se esforçavam para que a paz reinasse. Agora podiam se chamar de “amigos”.

Pra Gabriela Pache de Fiúza